André Pereira

André Pereira

Licenciado em Radioterapia e Pós Graduado em Radiações Aplicadas às Tecnologias da Saúde. Radioterapeuta com 16 anos de experiência. Pai e Marido. Apaixonado por livros e música e por tudo o que eles nos dão.

Radioterapia do Cancro de Mama – Parte 6 – Tratamento

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Olá e Bem-vindos de volta!

Passadas várias etapas chegamos, finalmente, ao tratamento. Tudo o que passámos até aqui, toda a explicação, toda a consulta, toda a imagem, toda a emoção e toda a ansiedade, culmina agora no que, de facto, a fez chegar à radioterapia. Ser (bem) tratada.

O primeiro dia

O primeiro dia de tratamento pode ser emocionalmente difícil. Após uma já considerável quantidade de coisas novas que teve de passar para chegar até aqui, vem agora outra. Por isso quero começar por tranquilizar. Não se vai passar nada de muito diferente do que já passou desde que iniciou este caminho na radioterapia. É certo que o espaço vai ser outro, o equipamento também, mas é aqui que vai conhecer as pessoas que a acompanharão durante esta parte da sua jornada. São elas que lhe vão dar um sorriso, são elas que lhe vão dar a mão e orientar. São elas que vão trabalhar consigo e acompanhá-la durante as semanas que se seguem.

“Por isso o primeiro dia de tratamento é também conhecerem-se e partilharem-se.”

O que é que vai acontecer?

Tal como descrevi nos artigos anteriores, vai-se deitar na mesma posição em que se deitou na aquisição de imagem (TAC), com os mesmos acessórios, numa marquesa semelhante, embora num equipamento diferente. Os tratamentos são, geralmente, realizados num acelerador linear. É um nome algo intimidante, tal como pode ser o próprio, mas asseguro-lhe que são “criaturas” sensíveis, com uma enorme precisão e muito seguros. São, no fundo, os nossos embaixadores. Mais um elemento da equipa.

Apesar do tamanho, mexe-se com graciosidade e tem a capacidade de se posicionar 360 graus à sua volta com uma precisão de uma décima e mexe-se com um rigor milimétrico!

Antes de o tratamento ser executado, os radioterapeutas que a acompanham vão ajudá-la a que se posicione exatamente da mesma forma que foi definida para o planeamento, através de indicações verbais e ajustando manualmente o seu corpo. Este processo – de extrema importância – visa garantir que localizamos um ponto muito concreto no interior do seu corpo. Visa garantir que localizamos o nosso volume-alvo.

Mas, apesar de sermos bons a fazer o nosso trabalho, ainda não temos visão raios-x. Por isso temos mais um truque na manga. Antes do tratamento propriamente dito se iniciar, podemos, sempre que necessário, fazer imagens para verificação. Estas imagens são também feitas pelo equipamento, fazendo uso de um detetor que lhe está acoplado e que permite depois que comparemos as imagens adquiridas às usadas no planeamento do seu tratamento. Havendo necessidade são feitos os ajustes necessários até que esteja na posição “perfeita”, que mais não é do que aquela em que se deitou na aquisição de imagem TAC.

Com a posição bem definida, é de vital importância que não se mexa! Deve continuar a respirar normalmente, sem grandes inspirações nem expirações. Respire descontraidamente. Não tente controlar a respiração, exceto se lhe for explicitamente indicado para o fazer. Se for esse o caso deve seguir as indicações dadas.

Dá-se então início ao tratamento. O equipamento executa, de forma automática e sempre sob supervisão e controlo dos radioterapeutas, todos os parâmetros definidos durante o planeamento. Durante o tratamento irá ficar sozinha na sala de tratamento, mas tudo o que acontece está debaixo de um olhar zeloso e cuidadoso através de um circuito fechado de televisão.

A duração do tratamento é variável de instituição para instituição e de pessoa para pessoa, mas poderá pensar em 15-20 minutos como uma boa média desde que entra na sala de tratamento até que sai.

Os radioterapeutas são os guardiões do seu tratamento e da sua segurança. Seja franco, justo e honesto com as suas necessidades e eles tudo farão para melhorar a sua jornada na radioterapia.

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