Imagem cedida por Orfit Industries
Toda a área da cabeça e pescoço, é uma área densamente ocupada por estruturas de elevada importância. Um grande conjunto de estruturas nervosas e circulatórias, só para dizer algumas, associadas às doses de radiação geralmente usadas nos tratamentos, levam à necessidade de uma imobilização desta área.
Abaixo podem encontrar os vários acessórios usados.
As máscaras são uma presença quase obrigatória em tratamentos de cabeça e pescoço. Tal como o nome indica, trata-se de uma máscara, que se coloca sobre a cabeça, feita de um material plástico e que se vai fixar ao equipamento evitando movimentos. Dito isto, não se trata de uma máscara comum. Na verdade, inicialmente nem se parece com uma máscara.
Então do que é que se trata? Trata-se de uma espécie de folha de plástico que é colocada em água quente ficando maleável durante algum tempo. Nesse intervalo de tempo em que é possível moldar, esta folha é colocada sobre a sua cabeça adequando-se na perfeição aos seus contornos. Ao ser colocada sobre a sua cara terá uma sensação de calor e humidade. Não se preocupe! Não vai queimar!
Passados alguns minutos a material ficará rígido passando agora a restringir os seus movimentos.
Então como respiro? Existem vários tipos de máscaras, algumas apenas sobre a cabeça outras até aos ombros. Algumas abertas na área do nariz outras abertas no nariz e boca e algumas praticamente fechadas.
Geralmente, no momento em que a máscara é feita, são criadas as condições para que consiga respirar normalmente pelo nariz.
Um outro aspecto tem que ver com a perfuração das máscaras. Regra geral, a folha de plástico não é completamente fechada. Isso quer dizer que no momento em que a máscara é feita ela vai criar pequenos buracos na sua superfície que irão ser maiores ou menores consoante a perfuração da folha.
Existem várias perfurações o que faz com que a máscara seja mais aberta ou fechada.
Chamo a atenção que a escolha da máscara é também feita de acordo com os objectivos do tratamento. Existem dezenas de máscaras diferentes e, de forma geral, não existem todas nos serviços de radioterapia. Em cada local é feita uma selecção de quais as melhores máscaras para as várias circunstâncias tendo em atenção diversos detalhes técnicos e claro o maior conforto possível para quem as vai usar.
Lembre-se que está sobre observação permanente sempre que estiver com a máscara colocada ao longo do seu tratamento. Os radioterapeutas que o acompanham indicar-lhe-ão qual a estratégia a adotar (levantar um braço, por exemplo) no caso de se sentir em aflição com alguma coisa.
Ao mínimo sinal dirigir-se-ão até si, interrompendo o tratamento se necessário.
Confie. Está em boas mãos.
Em tratamentos de cabeça e pescoço, ao deitar-se no equipamento não irá, na vasta maioria dos casos, deitar a sua cabeça sobre uma almofada. Irá encontrar um apoio com um aspeto de concha onde irá encaixar a cabeça e apoiar o pescoço.
Mais uma vez a sua colaboração é importante. Existem vários tamanhos, com vários tipos de apoio cervical e alguns que são mesmo personalizáveis. Se não está confortável, a probabilidade é que não aguente todo o tempo necessário. Dê especial atenção à tensão na parte posterior do seu pescoço.
Em função da técnica empregue, poderá ter que se deitar de barriga para baixo. Também para essa situação existem apoios específicos que visam facilitar esta posição.
Pode também ser-lhe solicitado que ponha a cabeça mais para trás ou para a frente possível. Também aqui existem apoios para ajudar.
Vá dando indicações sobre como se sente na posição em que está de forma a trabalhar em conjunto com o radioterapeuta que está consigo.
Este acessório é na verdade uma forma de estabilizar a posição dos ombros e pode ter diferentes tipos, mas que se resumem em dois. Um impede os ombros de se deslocarem no sentido da cabeça e a outra força-os para a sua posição mais baixa. O primeiro impõe uma barreira física de modo a que os ombros não a ultrapassem, o segundo faz uso de pegas para as mãos colocadas a uma distância específica de modo a que leva a que os ombros fiquem na mesma posição.
A ideia da utilização deste acessório passa por retirar os ombros para fora da área a tratar e/ou criar uma posição reprodutível para a sua posição.
Podem ser usados de várias formas. Com máscaras ou sem elas, com sistemas estereotácicos ou com refletores de infravermelhos. Este acessório consiste num molde para morder.
A ideia passa por fazer uso da reprodutibilidade da mordida como forma de estabilizar os maxilares e as estruturas da boca e/ou de localizar e estabilizar toda a cabeça
Estes sistemas são os usados geralmente nos planos de alta precisão. Oferecem precisão infra milimétrica sendo usados para tratamentos de radiocirurgia, radioterapia estreotácica ou noutros casos em que a proximidade de órgãos de risco em conjunto com altas doses de radiação pode provocar danos sérios nas pessoas que tratamos.
Podem ter várias formas, mas passam pelo uso de máscaras e apoios especiais, bite-blocks, sistemas de imobilização com coordenadas, quadros cirúrgicos, etc. Todos eles são mais ou menos usados em função do grau de precisão desejado, tendo em atenção que alguns destes sistemas são invasivos, podendo mesmo ser fixos diretamente no crânio.
São por isso sistemas usados nas circunstâncias em que realmente são necessários para atingir os objetivos do tratamento.
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